Neste primeiro dia de 2008 escrevo sentado na rede — uma rede velha, de casal, que comprei no centro de Fortaleza em Julho de 2003, e que é minha rede favorita. Não é fácil equilibrar o notebook entre as pernas — especialmente porque quero também que a rede tenha um balanço mínimo… Mas a paisagem compensa — e o canto dos pássaros é um presente adicional.
Dia 20/12 foi o dia de minha última reunião de trabalho do ano. Desde então tenho ficado aqui no sítio. Assumi solenemente um compromisso comigo mesmo de não fazer nada que se caracterize como trabalho até o dia 7/1. Tenho conseguido honrar até aqui o compromisso assumido. De hoje até 6/1 vai ser fácil: amanhã vou para Ilha Bela, para estar com minha filha Tatiana e meu neto Gabriel.
O que eu fiz nesses dias todos além de dormir, nadar e andar por aí?
A primeira grande tarefa foi organizar, tanto quanto possível, minhas fotos digitais. (Neste mensagem só vou falar dessa tarefa — em outra falarei de minhas leituras).
Já tive quatro câmeras digitais (incluindo a atual). A primeira, comprada no início de 1999, é uma Mavica, linda, daquelas que usavam disquetes de 3 1/4" para armazenar as fotos. Ela conseguia armazenar uma média de vinte fotos com resolução de 640×480 num disquete. Cada disquete, uma vez cheio, era copiado no disco rígido do computador. Tenho, dela, 323 disquetes com fotos, ou seja, perto de 6.500 fotos digitais. Ainda guardo a câmera, mas está, naturalmente, aposentada. ‘
Em 2003 comprei uma Sony Cybershot P72, de 3.2 megapixels. Usei-a um bocado. Era bem mais fácil de usar do que a Mavica, porque não era necessário trocar de disquetes a cada vinte fotos. Ela usava, como armazenamento, um cartãozinho (memory stick)da própria Sony. Veio com um de 128MB, que eu prontamente substituí por um de 1GB. Tenho perto de 3.500 fotos dessa máquina. Ainda guardo essa câmera também, devida museificada. (Na verdade, não jogo nada fora, em geral não vendo os objetos de uso pessoal de algum valor que foram meus, e raramente dou minhas coisas de presente).
Em Junho de 2004, ao participar de uma oficina sobre Digital Story Telling na Universidade de Virginia, aquela que foi fundada por Thomas Jefferson, ganhou uma Canon CP200, também de 3.2 megapixels, de meu amigo Glen Bull, que conduzia a oficina. Ela é uma câmera lindinha, pequena, fácil de usar, que adota, como dispositivo de armazenamento, um SD Card (SD=Secure Digital). Era tão fácil carregar essa câmera para baixo e para cima e tão fácil tirar as fotos, que exagerei: tirei foto de tudo quanto é coisa e gente. Tenho mais de 6.500 fotos tiradas nela. Hoje essa câmera pertence ao meu neto Gabriel, que está se tornando um exímio fotógrafo digital.
Finalmente, em Julho de 2005 comprei uma Sony Cybershot P200, de 7.2 megapixels, que é a câmera que uso até hoje. Já tirei mais de 23.500 fotos com ela. Mas a características de que mais gosto nela é a capacidade de fazer filmes de excelente qualidade, na resolução 640×480 (que, para filme, é razoável), sem precisar quebrá-los em pedacinhos de trinta segundos, coisa assim, como várias outras câmeras. Ela vai tirando o filme enquanto houver espaço no Memory Stick Pro que ela usa para armazenamento. Uso cartões de 1 GB, que armazenam filmes de até cerca de dez minutos. Nada mal. Virei um camera man com ela — ou, melhor dizendo, um cinematógrafo.
Somando tudo, dá cerca de quarenta mil fotos, só de minhas câmeras. Tenho diretórios reservados às câmeras da Sueli e de cada um dos filhos, bem como à câmera do Gabriel, da minha cunhada, da minha "filha adotiva" Camila… E tenho as fotos tiradas em eventos da Microsoft, do Instituto Ayrton Senna, da Escola Lumiar, e de palestras independentes que dou… E fotos velhas da família, escaneadas por mim (sou meio preguiçoso pra fazer isso) e pelo meu primo Anello (o maior escaneador de fotos velhas da família). E fotos que parentes e amigos me enviam. E assim vai. É foto para não acabar mais. Vocês imaginam o trabalhão que deu colocá-las todas, de forma organizada, em um um disco rígido portátil (USB) de 200 GB.
Para visualizar a fotos uso o Microsoft Digital Suite Photo Library, edição 2006. É eficiente, faz o que programas desse tipo devem fazer. Cria thumbnails de fotos em discos externos (o que alguns programas se recusam a fazer, insistindo em importar as fotos para o disco rígido local) e funciona bem com o Microsoft Digital Suite Photo Editor, que, com ele, compõe a Microsoft Digital Suite Photo Suite.
Foi um trabalho penoso, mas agradável. Descobri fotos que tinha que não me lembrava mais de que havia tirado. Centenas de fotos de cada neto, fotos das cidades mais bonitas que visitei depois de ter essas câmeras (Santiago, Bogotá, Buenos Aires, Caracas, Quito, Panama City, San Jose, San Juan, Victoria, Vancouver, Seattle, Phoenix, Charlottesville, Praga, Cesky Krumlov, Vienna, Salzburg, Innsbruck, Heidelberg, Augsburg, Genève, Paris, Versailles, Avignon, Strasbourg, Lisboa, Porto, Chaves, Taipei, Taichung, Kaohsiung, Hualien, Hong Kong, Macao, Seoul, Kuala Lumpur, Tokyo…).
Bom, foi assim que passei parte de minhas férias.
Salto, em 1º de Janeiro de 2008.