Linda

 

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Há um ano atrás, mais ou menos, passeando aqui pelos arredores do sítio, encontrei uma cadela, aparentemente abandonada, que acabara de ter cinco filhotes. Voltei lá algumas vezes e acabamos adotando dois dos cachorrinhos, uma fêmea e um macho. Minha cunhada, Denise, se apaixonou pela cachorrinha, a quem batizou de Linda. Chegamos até a levá-la para Campinas por um tempo, mas não deu certo, obrigando-nos a trazê-la de volta. O machinho, marrom, com cara de bravo, foi batizado de Bin Laden.

Como já disse aqui neste space, temos quase vinte cães aqui no sítio. Esse número aumentou sensivelmente de ontem para hoje. A Linda pariu, durante a noite, nada menos do que DOZE cachorrinhos. Um, coitadinho, já morreu. Talvez ela tenha deitado em cima dele, mãe inexperiente que é. Os outros estão lá, competindo pelas tetas dela. Provavelmente outros morrerão.

Mas o feito é inacreditável. Doze cachorrinhos de uma vez. O pai parece ser o Rex. Com tanto cachorro, é quase impossível acompanhar os cios e acasalamentos, por mais que se tente, com canis, áreas de isolamento, etc. Se a Linda tivesse permanecido na casa de Campinas, estaria virgem até agora – e, naturalmente, sem prole. (Não tenho conhecimento de nascimentos virginais entre cães… Na verdade, nem entre humanos.)

A vida e a morte são processos relativamente naturais no mundo extra-humano. Os cios, os acasalamentos e os nascimentos também são processos naturais e descomplicados. Mas não envolvem escolha. Nós, humanos, com nossas idéias e teorias, e com nossos valores e escolhas, complicamos bastante tudo isso.

Em Salto, 23 de Agosto de 2008

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